ELEIÇÕES À VISTA!
Portugal pode ter novas eleições com processo de regularização de imigrantes em andamento.
Crise política coloca em xeque políticas de imigração; futuro dos processos depende da composição do próximo Parlamento.
Portugal pode estar a caminho de novas eleições, e isso pode impactar diretamente a regularização de milhares de imigrantes. A votação de uma moção de confiança ao governo do primeiro-ministro Luís Montenegro, marcada para terça-feira (11/03), pode definir o futuro político do país e, consequentemente, o rumo das políticas de imigração.
Quando o atual governo assumiu, cerca de 900 mil imigrantes enfrentavam dificuldades para obter documentos, segundo o ministro António Leitão Amaro. Desde então, a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) avançou na regularização de 440 mil pedidos de residência decorrentes de manifestações de interesse. Agora, o foco é a troca dos títulos de residência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), emitidos em papel, por cartões de plástico dentro dos padrões da União Europeia.
Especialistas alertam que uma possível mudança de governo pode gerar incertezas. “A crise política pode afetar diretamente o andamento das políticas de imigração”, afirma Beatriz Sidrim, da consultoria Destinos Objetivos. Marcelo Rubin, do Clube do Passaporte, também expressa preocupação: “A instabilidade política pode desacelerar processos e até alterar as regras atuais”.
Flávio Peron, da Start! Be Global, espera que a AIMA consiga concluir os casos pendentes antes de uma eventual mudança de governo. Já Fábio Knauer, da Aliança Portuguesa, torce para que as políticas migratórias sejam mantidas, independentemente do cenário político. “Mudanças podem descredibilizar toda a política migratória”, alerta.
A possibilidade de novas eleições também levanta preocupações sobre o crescimento de forças anti-imigração no Parlamento. “É crucial que a imigração continue sendo tratada de forma legal e responsável”, reforçam os especialistas.